Ninguém acredita, mas eu ando doido com Quantic. Vale a pena passar no seu site apenas para perceber que vai demorar muito tempo a passar aqui pelo nosso Portugal. Em vez de fazer o clássico comentário a um álbum, decidi desta vez fazer a critica aos 3. O primeiro deles de seu nome The 5th Exotic. Tinha o Will Holland a minha tenra idade de 22 anos quando o lançou em 2001. O tema de abertura tem o mesmo titulo do álbum e a mim toca-me cá. Parece uma versão dub do Smells like teen spirit dos Nirvana..Uma energia.. Ou então só me parece a mim. O álbum no seu geral é um bom álbum, com grandes pianadas (“Time is the Enemy”) ou então de volta dos tons mais vocais e sempre persuasores do bom olho que que Will Holland tem na sua produção.
Segundo álbum: Apricot Morning 2002. Um álbum cheio de breakbeats, mais Trip hop do que outra coisa. Para os leigos (diria o mourinho) mais do género Massive Attack. Este álbum depois da primeira faixa (tb Apricot Morning) relaxa um pouco mais, muito mais Jazzy, ou como eu gosto de pensar, mais Future Jazz. É um álbum bem distinto do primeiro, e que se caracteriza muito pela evolução do Quantic a nível de qualidades de mistura e daqueles aspectos técnicos que fazem a música mais ou menos agradável, depende do ouvido. O meu disse-me que não é tão bom como o primeiro.
Terceiro e último: Mishaps Happening 2004. Boom... Quantic chegou a todo o lado, chega onde Kruder & Dorfmeister ou os Jazzanova andam. O álbum é excelente, muito focado no Future Jazz. É o que ele faz melhor. Grandes vozes, principalmente nos temas mais conhecidos Mishaps Happening e no Prelude to Happening. Descobri, através de uma pesquisa na net que eu gosto é da voz da menina Alice Russell. Este álbum já passa com insistência no Grande Sofá da Antena 3 (2ª-6ª: Meia noite, uma da manhã) Este álbum é imperdivel mesmo para quem não gosta muito de Downtempo. Para além do Will Holland ter aperfeiçoado ainda mais a técnica, parece que todos os temas são diferentes, mas que se unem por algo inexplicável. É digno de se ouvir, mas penso que deverão encará-lo, antes de mais, como um disco de música electrónica. Mas não deixem de ouvir.
Titulo um pouco estranho hein? Este livro é muito bom. Aconselho-o a todos os que queiram ficar a perceber como se forma esta dita modernidade em literatura portuguesa. Não custa nada um saltinho ao site da caminho. A história é muito boa, e foi na sequência da sua publicação que Mário de Carvalho ganhou o prémio Pen Club (2003). Aconselho o livro a todo o universo excepto: Pessoas que detestam histórias cruzadas (poucas suponho, dado o share das telenovelas); Pessoas que abominam ter que ler um livro sem perceber todos os pormenores (julgo que nem o autor os chegou a perceber, mas no entanto são poucas as situações); Pessoas que detestam as famosas palavras de sete e quinhentos (e acreditem que não é fácil entender o sentido de algumas sem ter que ir ao dicionário). Se és do grupo de pessoas que não tem um ódio especial por alguma coisa mencionada, lê o livro. Jovem… Tu ainda és novo, arrisca jovem. O que custa pegar num livro ainda por cima brochado (ver o site…) (sim, eu queria meter esta palavra aqui e não sabia bem como, mas consegui=).
Espero que todos ajudem a literatura portuguesa e que variem um pouco, porque o Lobo Antunes e o Saramago pertencem uma classe superior à média, mas isso não significa que deixemos outros autores contemporâneos (e com esta palavra quero dizer não obrigatórios por disciplinas como Português) de fora das nossas vidas. Porque afinal de contas são eles que escrevem sobre nós, sobre o homem moderno. Boas leituras.
Hoje queria contar-vos o que senti a ler este livro que tem como subtítulo História de um assassino. O livro foi publicado pela primeira vez em 1985, mas tenho a certeza que é do tipo de livros que vai acabar por ficar. O autor, de nacionalidade alemã, antes de lançar o Perfume, dedicava-se a escrever peças de teatro e para a televisão. O perfume foi o primeiro livro que ele publicou, e que começo. Acho que no caso do Patrick podemos dizer que ele vai seguir a regra do “Não há amor como o primeiro”, pois duvido muito que publique outro livro com esta qualidade.
Os gajos lá do lado do Bush dizem que um livro é bom ou não pelo seu plot, ou seja, pela sua essência (a nível da história, ou do enredo). Este é um bom exemplo, tem uma história fantástica (há quem diga que é verídica, outros nem por isso) e prende o leitor, coisa que poucos livros com tantas descrições o fazem. É talvez devido a esse facto que este livro se tornou famoso. A história gira em torno de uma personagem, Grenouille, que nasceu e a mãezinha dele deve ter pensado que fez um cócó, pois abandonou-o logo a seguir. O jovem, sempre rodeado de horror vive a cheirar tudo o que encontra, sempre procurando novos cheiros e perfumes. Sim, o ávido leitor poderá achar que por vezes Grenouille até andará a cheirar um outro pó branco, mas, temos de ter em conta que isto foi no século XVIII. Não conto mais a história, vocês que a leiam.
Queria agora pensar um pouco na razão deste livro se ter tornado tão conhecido. Alguns críticos opinam que ele ressuscitou no final do século XX o estilo literário de outro alemão, Thomas Mann (1875-1955), muito conhecido pela sua Montanha Mágica. Na minha (reles) opinião acho que é interessante a sua tónica, embora seja uma escrita muito virada para a descrição. Mas mesmo insistindo em todos aqueles nomes de odores, essencias, óleos (o nome que mais gostei é Patchouli), Süskind consegue implementar um bom ritmo, tornando-se no final algo agradável à leitura. É inegável que o seu conhecimento sobre os cheiros é extenso e, por vezes, muito bem adaptado, fazendo o leitor imaginar os cheiros, principalmente os maus como o de esgotos, de mortos... Mas a questão que queria realçar é que ele acaba por “impingir” certos termos que ele previamente estudou, não aparecendo de forma natural no contexto. Percebem o que quero dizer? Não digo com isto que eles apareçam de maneira incorrecta, mas eu gosto de ler um livro que, de certa forma, pede certas informações. Não gosto muito quando elas caem do céu e nos são dadas de forma quase forçada. Tenho muito aquele preconceito do gajo que chega e que diz: "Olha sabias que o sexo das tartarugas se vê na concavidade da base das suas carapaças?".
Agora algumas coisas boas: a personagem Grenouille é fantástica, a forma como evolui através do livro e vai aprendendo de forma obediente e submissa os vários ofícios na vida de perfumista, acaba por ser uma boa parábola de um requinte de malvadez da história. Quem possui um dom, como do de Grenouille, o de distinguir todos os cheiros existentes à face da terra, acaba por ser descompensado noutros aspectos sociais e intelectuais. Acabando finalmente por se revelar como um assassino sem escrúpulos. Tudo pelo cheiro humano, pelo “fluido letal”.
O final é daqueles finais que muitas vezes enquanto adolescentes pensamos, “Giro era se tudo acabasse numa granda ...” Epá, não vou dizer. Se calhar alguns de vocês ainda não leram o livro e eu não posso dizer como é que acaba. É surpreendente, admito que não estava à espera. E sinceramente, não estava à espera de pior (?). Se quiserem um bom livro para ler, sem ser muito pesado (200 gramas), esta pode ser uma boa ideia. E há quem diga (pauloabx) que depois de lermos o livro ficamos a cheirar tudo, a procurar os cheiros em qualquer coisa que nos aparece à frente. Eu não sou desses... Não gosto de meter o nariz onde não sou chamado...