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Competição e Cultura


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O Presidente em exercício da UE, Jean-Claude Juncker, veio recentemente a público defender a criação de uma biblioteca digital europeia, o que significaria a publicação on-line de “alguns” milhões de livros. Esta posição surgiu na sequência de um movimento de algumas das principais bibliotecas europeias (obviamente lideradas pela Biblioteca Nacional de França e sem qualquer participação directa portuguesa) que têm vindo a propor à União a tomada de medidas face a um projecto conjunto do Google (esse mesmo, o motor de busca) e de algumas das principais bibliotecas norte-americanas (Michigan University, Harvard, Stanford, New York Public Library, Bodleian), ao abrigo do qual serão, ao longo dos próximos dez anos, digitalizados e disponibilizados gratuitamente on-line cerca de 15 milhões (!) de livros. As bibliotecas europeias justificam a sua posição com a necessidade de dar resposta a um mega-projecto americano que, segundo as mesmas, poderá levar a uma “americanização” excessiva da cultura mundial e influenciar de forma decisiva (e favorável aos americanos) a forma como as gerações futuras deverão encarar o passado. Segundo os franceses, os principais promotores da resposta à “googlelização” cultural, existe o risco real de se dilapidar o legado histórico-cultural europeu.

O que me parece certo é que esta competição cultural entre europeus e americanos (como qualquer competição saudável) acabará por se traduzir no benefício últimos dos consumidores que, neste caso, e dentro de poucos anos, poderão de forma gratuita e com toda a comodidade da Internet, aceder a duas mega-bibliotecas que tornarão acessível a todos grande parte das grandes obras literárias ocidentais. Para quem acha que a competição aberta e declarada pode ser prejudicial à cultura, este é um caso a merecer reflexão.


1 Responses to “Competição e Cultura”

  1. Blogger Daniel 

    Grande tema. Algo que salta à vista é: Os americanos nao fazem nada sem um objectivo capitalista. Nao estou a ver a biblioteca apenas pela cultura. Imagina a pressão das editoras por exemplo. O que é certo é que a Europa, mesmo atrasada terá de se juntar ou seguir por um novo caminho próprio. Na minha opinião se alguma entidade tem poder para executar uma missão desta envergadura (15 milhões de livros online...) sem dúvida só pode ser o Google. Acho que esta iniciativa só pode ainda mais espalhar conhecimento pelo mundo, principalmente dando acesso a livros antigos de bibliotecas, etc. Aliás não vejo nada melhor para a cultura mundial como uma biblioteca dessa magnitude. Um abraço anhas.

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